Pagar dinheiro pelo uso do dinheiro é um grande e bárbaro erro. É também um absurdo estupendo. Ninguém pode usar dinheiro. O uso de dinheiro envolve sua transferência de um para outro. Portanto, como ninguém pode usar dinheiro, não pode ser certo e apropriado para qualquer ume pagar pelo uso daquilo que ele não pode usar. Se pessoas usam dinheiro; consequentemente, elas devem pagar o que quer que o dinheiro custe.

O dinheiro é necessariamente uma coisa que pertence à sociedade. Esta é uma das grandes verdades da civilização que tem sido geralmente esquecida. Pois toda essa questão da legitimidade dos juros gira em torno da questão: "O que é dinheiro?" Enquanto as pessoas continuarem a considerar o dinheiro como uma coisa em si mesma objetivamente, — ora, não há esperança para a humanidade.

Toda riqueza é o produto do trabalho, mas nenhum trabalho pode produzir dinheiro. Não pode haver nenhum dinheiro até que alguma riqueza tenha sido produzida, porque o dinheiro representa a riqueza.

O dinheiro é uma forma de crédito, — crédito em circulação. Não é uma coisa substancial. O grande objetivo do dinheiro é trocar valores. Agora, o valor é uma ideia, e o dinheiro é usado para representar, contar e trocar valores. O símbolo ou token do dinheiro não é o dinheiro em si. Portanto, como o dinheiro não é uma coisa substancial, e não pode se desgastar, é e sempre deve ser um grande erro e um absurdo total dar riqueza pelo uso de uma ideia.

Na equidade, compensação implica em serviço ou trabalho, e como o dinheiro não custa trabalho, não se pode demandar trabalho pelo seu uso.

Mas vamos olhar para isso de forma prática. As pessoas usam dinheiro; as pessoas fornecem o dinheiro; e, se o custo da emissão for pago, não pode haver outra despesa. A grande dificuldade em tocar todo esse assunto é um equívoco bárbaro da natureza do dinheiro e uma disposição mais bárbara ainda de monopolizar o poder e roubar os mais fracos. Pois — perguntemos — quem paga o grande imposto de juros? Não aqueles que têm e lidam com o dinheiro; não aqueles que usam o dinheiro; mas os pobres, os fracos, os ignorantes, que são feitos de trouxas pela classe dominante. Podemos ilustrar isso com um fato de hoje. Se cinco ou mais homens tendo cem mil dólares, e não mais, organizam e estabelecem um banco nacional, assim que seu banco está em operação, eles têm o uso e a renda de cento e noventa mil dólares. Agora, não está claro que, esta empresa tendo obtido noventa mil dólares por nada, alguém perdeu essa quantia? Pois, se um homem faz um dólar que ele não recebeu, algum outro homem recebeu um dólar que não fez. Isso é tão certo quanto dois e dois são quatro.

Se todes pudessem usar seu próprio crédito na forma de dinheiro, não poderia haver juros. No entanto, para colocar essa ideia em prática, deve haver organização e consolidação de crédito. O crédito comercial, para ser bom, deve ser reconhecido como bom. O crédito de um homem pode ser bom até a extensão de mil dólares, mas, esse fato não sendo geralmente reconhecido, ele deve, como as coisas são, trocar seu crédito por aquilo que é conhecido como bom e pagar um preço de monopólio pelo privilégio de usar seu próprio crédito na forma de dinheiro.

Vamos lembrar que ninguém pode pedir dinheiro emprestado, como uma boa transação comercial, sob qualquer sistema, a menos que tenha a garantia necessária para compensar o credor caso ele perca o dinheiro. Que erro estupendo é esse — que alguém que tem crédito não pode usá-lo, mas deve trocá-lo e pagar um preço de monopólio, que na verdade é pelo privilégio de usar seu próprio crédito!

E novamente, ele não pode pagar isso sozinho, mas deve obrigar il pobre a trabalhar por esta taxa; este últime deve pagar esses juros no preço aumentado dos bens. Eu me pergunto se as pessoas sempre serão tão cegas e estúpidas!

Enquanto os homens de negócios, como tais, e ils trabalhadores permitirem que os poucos homens astutos e endinheirados monopolizem o crédito comercial — isto é, o dinheiro —, por tanto tempo serão tempos difíceis para as iniciativas e para o trabalho. O que queremos agora é a organização do crédito em um plano justo e igual. William B. Greene resolveu todo esse assunto e resumiu em duas palavras: Banco Mútuo. É isso que queremos.