Federação Anarquista Insurreição
É hora de dar combate firme contra o projeto burguês e imperialista
A imprensa, o presidente da república, os ministros, os partidos da esquerda colaboracionista e toda a classe dominante têm diariamente enfiado pela nossa goela a obrigação de aceitar um determinado modelo de reformas que, segundo este conjunto de atores, é uma necessidade urgente e geral para promover a justiça social no país, mas que na verdade não é mais que a parte mais visível do aprofundamento do projeto político e econômico da burguesia brasileira e estrangeira até então expresso por FHC e sua gangue.
Grande parte do povo brasileiro e de seus movimentos sociais encontram-se confusos e perdidos diante dos posicionamentos assumidos por Lula, pelo PT e pelo conjunto da esquerda reformista. Estes mesmos que até alguns meses atrás se colocavam contra o neoliberalismo, a política econômica recessiva, o privilégio dos banqueiros, as imposições do FMI, o ataque aos direitos populares e trabalhistas; agora exigem que todos curvem-se perante a manutenção e o aprofundamento de tudo isto.
É importante, em primeiro lugar, enxergar com muita clareza os fatos e não se deixar confundir pelo bombardeio ideológico dos opressores. Existe todo um amplo conjunto de medidas que o governo federal busca aprovar no Congresso Nacional, e que representa um ataque poderosíssimo contra os direitos, a dignidade e a própria vida do povo, pois além de piorar diretamente sua condição social e econômica, aumenta os privilégios e a força da burguesia que constrói e aumenta seu poder com a destruição da capacidade de resistência dos de baixo.
O projeto de Reforma da Previdência defendido pelo governo Lula e seus aliados tem o mesmo sentido daquele defendido por FHC. O objetivo é pouco a pouco (começando pelos servidores públicos) ir arrancando dos trabalhadores os direitos conquistados com muita luta e muito sacrifício ao longo de nossa história, e entregar os bilionários recursos previdenciários nas garras dos banqueiros nacionais e internacionais.
A classe dominante tem consciência que o governo de Lula é o mais apto para concluir a obra neoliberal no Brasil. O apoio que ainda recebe de grande parte do movimento popular, e as ilusões que ainda alimenta no povo, faz do governo petista a melhor oportunidade para a burguesia consolidar seu projeto. Ao mesmo tempo que o governo quer reduzir os benefícios dos servidores públicos e cobrar contribuição de quem já está aposentado, a dívida dos empresários que não repassam aos cofres da Previdência as contribuições de seus empregados é perdoada.
Este é o espírito da Reforma da Previdência de Lula. Além dela, sua Reforma Tributária mantém a maior parte dos impostos nas costas dos mais pobres, a Reforma Trabalhista pretende aniquilar os direitos de nossa classe e a mudança na Lei de Falência passa a privilegiar os banqueiros ao invés dos trabalhadores na fila para receber a dívida dos empresários que decretam a falência de seus negócios. Tudo isto está de acordo com o projeto do FMI, dos grandes industriais, dos banqueiros e latifundiários que continuam a governar o país através do “Companheiro Presidente” e da esquerda colaboracionista.
Nós anarquistas sabemos que nosso lugar é na luta e na resistência ao lado de nosso povo e nossa classe. Não temos dúvidas de que este governo e seus projetos só atendem aos interesses de nossos opressores.
Na verdade, sabemos que somente o povo organizado e em luta é capaz de conquistar e garantir seus direitos, sua dignidade e um país de iguais, coisa que governo nenhum pode nos dar. Não nos deixamos seduzir, confundir ou enganar pelo governo do Sr. Lula, estamos, sempre estivemos e sempre estaremos entregando todo o nosso esforço lutando para construir o poder do povo organizado, o Poder Popular!
Pelo Socialismo e pela Liberdade!
Ousar Lutar! Ousar Vencer!