Feral Faun
Roube de volta a sua vida
Economia - o domínio da sobrevivência sobre a vida - é essencial para a manutenção de todas as formas de dominação. Sem o perigo da escassez, seria difícil coagir as pessoas a obediência da rotina diária de trabalho e recompensas. Nascemos em um mundo economizado. A instituição social da propriedade tem feita da escassez uma ameaça cotidiana. A propriedade, seja privada ou comunal, separa o individuo do mundo, criando uma situação na qual, no lugar de simplesmente alguém pegar o que quer ou o que precisa, este alguém provavelmente necessitaria de permissão, uma permissão geralmente concedida apenas na forma de troca econômica. Desta maneira, diferentes níveis de pobreza são garantidas para cada um, mesmo para o rico, porque sob o domínio da propriedade o que a um é não é permitido obter supera o que para alguém é permitido ter. A dominação da sobrevivência sobre a vida é mantida.
Aqueles de nós, que desejamos criar nossas vidas como nossa reconhece que esta dominação, tão essencial para a manutenção da sociedade, é um inimigo que devemos atacar e destruir. Com este entendimento, o roubo e squats[1] pode tomar uma parte significante de um projeto de vida insurgente.
Assistência social, se alimentar em sopões de caridade, dumpster diving[2] ou pedir doações pode permitir que uma pessoa sobreviva sem um emprego fixo, mas de nenhuma maneira isso atacaria a economia, ainda está dentro da economia. O roubo e o squat são muitas vezes meramente táticas de sobrevivência. Squatters[3] que exigem e reivindicam o "direito a um lar" ou tentam legalizar seus squats, ladrões que trabalham em seu "emprego" como qualquer outro trabalhador, apenas para acumular mais mercadorias insignificantes - estas pessoas não tem interesse em destruir a economia... eles meramente querem uma parte satisfatória de seus bens. Mas aqueles que ocupam e roubam como parte de uma vida insurgente, fazem isso , portanto, em desafio a lógica da propriedade econômica.
Recusar aceitar a escassez imposta por esta lógica ou se curvar as demandas de um mundo que não criaram, tais insurgentes tomam aquilo que eles desejam, sempre que a possibilidade surge, sem pedir a permissão de ninguém. Neste desafio a sociedade do poder econômico, toma-se de volta a abundancia do mundo como sua - e isto é um ato de insurreição.
Para manter o controle social, as vidas dos indivíduos devem ser roubadas sempre. E no lugar da vida, recebe-se a sobrevivência econômica, a tediosa existência do trabalho e da recompensa. Não podemos comprar a nossa vida de volta, nem pedi-la que seja doada de volta. As nossas vidas só serão nossas quando as roubarmos de volta - e isso significa tomar o que queremos sem pedir permissão.
[1] Ocupações autogeridas de locais que não estão sendo usados pelos donos reconhecidos pelo estado, no jargão lusófono, okupas.
[2] Coletar alimentos e outros recursos em fins de feira, lixeiras, restos de mesas de restaurante, e similares. Relacionado ao freeganismo.
[3] Um membro de um squat.