LugⒶr de
ClⒶsses!
Poesias Libertárias
F.F.
outubro de 2025
XXIIIFVFXXV-I
Lugar de Classes
O Povo
vive
numa
puta
ilusão!
O Rico?
Mansão.
ⒻⒻ
Ⓐ
XXIFVFXX-I
Pátria amarga
Patriotas
Tolos
Idiotas
Todos
ⒻⒻ
Ⓐ
XXIIFXIIFXXXI-I
Insânia
Ⓐ Utopia
é a sabedoria
dos loucos.
E só os doidos
podemos mudar
este insano mundo.
ⒻⒻ
Ⓐ
XXIIFVFX-I
G.U.E.R.R.A.
contra as formas de poder?
guerra
guerra contra a opressão
guerra
contra todo o preconceito?
guerra
guerra contra a repressão
guerra
contra todas as mazelas?
guerra
guerra contra a discriminação
guerra
batalhar nossa própria guerra?
guerra
lutar contra toda guerra
guerra
combater os senhores da guerra?
guerra
derrubar todo autoritarismo
guerra
rebelião
guerra
salvação
guerra
libertação
guerra
redenção
guerra
ⒻⒻ
Ⓐ
XXIIFXIIFXXX-I
Sextou
Esperar a sexta-feira
é um sintoma mundial.
Porque o mundo, imundo,
- de segunda a quinta-feira –
é uma miséria descomunal.
Um mundo onde o labor
só faz sentido para quem enriquece
às custas da dor de servos modernos,
cujas mentes ficaram estéreis
e que não veem razão em suas vidas:
miseráveis de vagas alegrias débeis.
ⒻⒻ
Ⓐ
XXIVFIFV-II
Batalha Mental
Embora nem sempre
Eu seja consenso
Nem sempre contenha
Quase nunca bom senso
Acendo um incenso
Invento uma senda
Ascendo ao intento
Incerta a contenda
Incendeio o momento
Molotovs ao vento...
ⒻⒻ
Ⓐ
XXIIFXIIFXXX-III
Procuram-se Calopsitas
Liberdade não é algo
que te dão.
Liberdade é algo
que se busca
e se conquista.
Senão não é
liberdade não.
Socialismo libertário,
o socialismo anarquista,
nunca será ilusão.
Mesmo que lhe podem as asas,
fuja e faça outros lugares de casa.
Não te farão livre de graça.
Evite a desgraça de ficar
e ver sua vida perecer,
esmaecer até se apagar.
Não se apegue a um dono,
a um poder, trono, autoridade.
Entenda uma parada:
Seja livre!
Nem que seja
na base da porrada!
Fujam calopsitas!
Fujam dos parasitas!
ⒻⒻ
Ⓐ
XXIIIFVIIFXXIII
AI de nós
A precarização
de toda forma
de trabalho
é sintoma estrutural
do declínio do capitalismo
ao longo dos tempos.
E é cíclico.
A nova onda é artificial
e vai subjugar toda forma
de Inteligência laboral.
Quem se informa
não se deforma.
"AI" de quem
não se adequar...
ⒻⒻ
Ⓐ
XXVFVIFXXI-I
Voar
Se peno não penso,
Se peço não posso,
Se pago não pego,
Se passo não presto,
Se pássaro: não pouso...
O quanto penso? peno;
E quando posso? peço;
O quanto pego? pago;
E quando presto? passo;
Enquanto pássaro: voo...
Não peno; penso!
Não peço; posso!
Não pago; pego!
Não passo; presto!
Pássaro: ouso...
ⒻⒻ
Ⓐ
XXIVFIXFXII-I
A Luz Nossa de Cada Dia nos Dai Hoje
Acabou a luz:
Escuridão!
Há falta de Luz:
Que solidão!
E a Luz interior,
Onde é que está?
Acabou a água:
A torneira secou!
Há falta d’água,
A lágrima brotou!
E a Alma Interior,
Onde estará?
Acabou a energia:
No fio condutor!
Há falta de Energia:
Em todas as Residências!
Em todas as Existências...
Como ter Energia Interior?
No calor a mata evaporou:
Há florestas incendiadas!
O céu todo acinzentou
De fumaça em tantas queimadas!
O Sol, mesmo rubro, queimou:
E nosso Calor Interior?
Habitações estão caras,
Há lixos nas calçadas!
As cidades, imundas,
As pastagens inabitadas!
Há os sem-teto pelas ruas,
Não há casas no Interior?
A luz enfim voltou:
Mas veio outro apagão!
A resistência queimou:
Hoje é Banho-de-Água-Fria!
Que bom que está quente!
E a Resistência Interior?
A luz que faltou
É aquela Luz
Ao mesmo tempo
Onipresente, branca e vazia,
Para olhos sem lentes,
Para Olhares sem Prisma!
A Lua veio,
A Lua nunca falta:
A Cheia de Luz ou a Nova obscura!
Minguante, Crescente, tantas fases!
A Lua sempre brilha inteira,
Ainda que vejamos só metade!
Há zilhões de Estrelas no Céu:
Mais que grãos de areia na Terra!
Hodiernamente, sob véu não transparente
De negrume, fuligem, poeira, poluição...
Além deste, há Mundos perdidos no Cosmos,
Mas onde haverá, de fato, Vida Inteligente?
ⒻⒻ
Ⓐ
XXVFIXFXVII-III
A obra: da criação ao caos
é na dor que surge a criatividade
é na dor que padeço de ansiedade
é na dor que aparento ter mais idade
é na dor dessa solidão que me invade
que crio idílicos versos com tolas verdades
não é na dor que quero criar
não é na dor que quero ansiar
não é na dor que quero avelhantar
não é na dor que quero penetrar
creio que, edilíco, não quero labutar
e a dor, não é na dor?
e na dor, não é a dor?
quem cria, que crio?
que creio, quem cria?
fiscal de conformidades
inspeção, função: vigiar
uma vulgar inverdade
um não-trabalhar
ⒻⒻ
Ⓐ
XXIVFIIFXIII-I
Virtualidade Real
Qual o limiar entre o real e o virtual?
Qual a distância entre sentimento e contato?
Será que o que sentimos é o que os sentidos contatam?
Será que as perguntas são afirmativas?
Inteligência generativa é a alternativa?
Entre o tátil e o imagético existe a realidade.
E entre o que se sente e o que se vê?
Haverá alguma possibilidade?
Só vendo pra crer,
Só sendo pra ser,
Só tendo pra ter.
Sofrendo pra ver
Alguma mudança acontecer
Neste mundo ingrato,
Onde o trato humano
Só prescinde absorver
O outro até a extinção:
Daquilo que se entende
Como a beleza da criação.
O natural dá lugar
Ao mar artificial
Que afogará o humano
Na aniquilação digital.
A "realidade" é um lapso sensorial.
Até o tato é uma ilusão de contato.
Ainda assim, o toque é uma sensação sensacional.
Sentir é tornar o virtual algo concreto, mesmo o irreal.
Mas só se sente o que se vê e o que se vive.
ⒻⒻ
Ⓐ
XXIVFIIFXVII-XXIX
Poema em Versos Libertários
Tem um rato no escritório
E uma mosca incomodando
Esse lugar é velho e sujo
Mas nem tô me importando
Me importunando só os homens
Com suas mesquinharias
Me fortaleço estudando
Todas as anarquias
A podridão do mundo
Só existe pela eugenia
Desse eurocentrismo branco
Dessa maldita oligarquia
Quero mais é que se foda
E que tudo vá pro inferno
Dante que me perdoe
Mas o mal será eterno
Maldita comédia humana
Maldito capitalismo
Que envia o ser humano
Pra morrer no abismo
Mais um poema sem métrica
Pra afrontar a academia
Que cisma que é detentora
Da inteligência por supremacia
Saúde, paz e Anarquia
ⒻⒻ
Ⓐ
XXIVFIIIFV-V
Encanto Libertário
Espíritos livres
Sofrem como exilados
Em sua própria terra natal!
Se tentam altear voos magistrais
São puxados para terra firme
Como marginais alados,
Fixados seus pés ao chão.
Além do mais, se tentarem
Erigir um espírito combativo em si,
São implodidos pelo mal da servidão.
Ao buscarem se recompor,
Um complô se arma em torno
De sua imaginação...
A Lucidez se esgota pela
Inclemência da
Mansidão forçada.
O servo que pensa que é livre
Está preso à ilusão das ideias capitais
E condenado a esses torpes ideais.
Insensatez dos sãos
Que insanidade declaram
Aos que almejam a Liberdade!
O Anarquismo é Imortal por
Desejar que todos sejam
Não liberais, mas libertos.
ⒻⒻ
Ⓐ
XXIVFVIIFI-IV
Utopia Apátrida
Ácratas não atacam regras,
Só ordens autoritárias
Que jamais acatam.
Autoridade somente inata!
Sociedade deteriorada,
O mundo em total desordem.
Capitalistas exploradores,
Marxistas enganadores,
Falsos liberais, pseudo-comunistas,
Opressores e algozes dos trabalhadores.
Que os oprimidos um dia acordem!
Estados-nações seus poderes ampliam,
Governos guerreiam ou se aliam,
Azar dos povos à sua própria “sorte”,
A Leste, ao Sul, a Oeste, ao Norte!
São braços do sistema que trazem a morte:
As mídias que às mentes trazem alienação,
Religiões que deturpam a resignação,
Exércitos que nos calam pela coerção,
Políticos que ordenam retaliação
Contra toda e qualquer rebelião.
Aos tolos mentem e a todos matam!
Rebeldia nasce da indignação
De servos que anseiam Libertação.
A cada ação uma reação:
Desproporcional, descomunal,
Proposital e desigual
Dos donos do mundo,
Desumano e imundo.
Oriental, Meridional, Ocidental, Setentrional.
Falsos democratas, pseudo-igualitários,
Novos déspotas, regimes totalitários:
Intolerantes que não toleram Libertários!
ⒻⒻ
Ⓐ
XXIVFIVFXVII-I
Quanta bagunça!
Quem dera fossem brinquedos
Tornando reais fantasias infantis,
Espalhados no chão do quarto
E aguardando serem guardados,
Sob algazarras de pequenos travessos
Em traquinagens pueris...
Quanta bagunça!
As crianças já crescemos
E nossas crianças já sabem
Como e quando se fazem!
E viverão suas vidas,
Felizes ou infelizes.
Um dia todos morreremos...
Quanta bagunça!
A Ordem do mundo nos retira
Da racionalidade do devir.
E nos joga no vazio do absurdo,
Das irreais necessidades, das lógicas irracionais...
Das tarefas repetidas, das metas inúteis,
Das contas a pagar, das compras fúteis...
Quanta bagunça!
Essa sujeira acumulando em meu peito
E eu desorganizando os pensamentos
De tudo o que eu acho incerto.
Pensando que pra tudo tem um jeito
E a morte sempre por perto
A servir de solução possível...
Quanta bagunça!
A mente às vezes para – e pira!
De repente, acelera e nada...
Nada é pensamento; é só um fluxo
Incontável de ideias na mira
De cada sonho impossível,
De cada objetivo irrealizável!
Quanta bagunça!
ⒻⒻ
Ⓐ
XXIVFIXFIV-I
alegria pequeno-burguesa
a janela dormiu escancarada
a luz de fora acordou acesa
a porta amanheceu trancada
a manhã está uma beleza
a tarde segue ensolarada
a noite chega de surpresa
a alegria na face estampada
a comida está sobre a mesa
a mãe está toda enfeitada
a saia rodada azul-turquesa
a família foi convidada
a tia, a avó, a prima Teresa
a janta já está acabada
a felicidade da sobremesa
a bebida foi entornada
a alegria pequeno-burguesa
a despedida se faz na calçada
a essa altura vem a moleza
a cama já está arrumada
a vida não é só tristeza
a noite virou madrugada
a vigília saiu à francesa
a janela acordou escancarada
a luz de fora dormiu acesa
a porta felizmente trancada
a casa ainda está ilesa
ⒻⒻ
Ⓐ
XXIVFIIIFVI-IX
Anarquista
Não sou beligerante,
sou pacifista!
Não sou pacífico,
luto pelo que acredito...
calado não fico!
Não quero guerra,
quero paz, amor e sexo.
Não quero ideologias,
sou Ⓐnarquista!
Razão, Emoção e Nexo.
ⒻⒻ
Ⓐ
XXIVFVIIIFVI-II
Riquezas
Não quero ouro
nem outros tesouros.
Não quero lagosta,
caviar, foie gras.
Quero o básico:
sou feijão com arroz
e bife acebolado.
Sou leite com café
preto e coado.
Que meus gritos ecoem
e minhas lágrimas
sem deleite escoem...
e enfim sequem.
ⒻⒻ
Ⓐ
XXIVFIIIFVI-III
À Deriva
A imaginação é a maior
invenção da humanidade.
A cognição é o seu maior
e mais intrincado produto.
Fruto dos pensamentos e
delírios da mentalidade.
Constantemente há
erros de interpretação.
Cada cabeça se abre
para uma só verdade.
Cada verdade se amplia
na imensidão do pensar.
E o tempo serve de tempero
desta sopa cognitiva. Entretanto,
a intelectualidade é um mar
de nada diante do destempero
da comitiva de imbecilidade
que da humanidade deriva...
ⒻⒻ
Ⓐ
XXIIFIFX-I
Oratio Athei
caríssimos deuses todos poderosos,
criadores de tudo o que há, houve e haverá...
não deixeis que eu escute a voz dos que não pecam,
pois estes mentem para nós, para si e para vós...
defendam-me dos conservadores que perseguem
pessoas livres, libertárias e “libertinas”, pois aqueles nos invejam...
deem-me escudos para que eu não pereça
diante da ira dos fanáticos fundamentalistas que vos servem...
afastem-me dos homens cuja soberba é maior
que a própria existência, finita, medíocre e horrenda...
não me ofereçam nem um pedaço do lugar ao sol que destes aos avarentos,
cuja mesquinharia destes não comprará sequer um lugar no céu...
não me deem mais do que os pobres necessitam, nem menos do que preciso
e que a indigestão seja o prêmio dos indiferentes e gulosos insatisfeitos...
de capitais, desejo somente o pecado da luxúria, realizando fantasias,
em vez de crer na irreal e fantasiosa crença dos crentes em vossas existências...
não deixeis, por fim, que eu seja devoto de mitos apócrifos
tais como vós e tantos outros seres que reprimem e escravizam povos...
prometo não seguir vossa cartilha, redigida em tempos imemoriais
a partir da cabeça de homens com sete vezes setecentos pecados capitais...
rogo que todos gozem e...
AMEM!
ⒻⒻ
Ⓐ
XXIVFIXFV-I
Revolução?
45 anos revolucionando...
Não quero mais revolucionar.
Revolução
é dar a volta
em círculos
e parar
no mesmo lugar.
Prefiro os altos
e baixos
das ondas
pulsando
em ciclos.
Elas viajam até o infinito...
espaço-tempo longínquo!
Não quero mais roda-gigante,
na montanha-russa é que vou andar.
Quero continuar rebelde,
não quero que tu me aceites,
quero sim eu mesmo me aceitar.
ⒻⒻ
Ⓐ
XXVFXFII-I
Cataclisma
O Apocalipse tá acontecendo.
O Cataclisma do Antropoceno
está em curso e em breve
a humanidade entrará
em colapso: autoextinção!
Em nome do poder,
do ódio, da ganância;
do consumismo capitalista,
do pseudocomunismo marxista,
do totalitarismo e opressão;
do cristianismo, judaísmo,
do islamismo, da religião!
O fim dos tempos tá ocorrendo.
A catástrofe do homem ingênuo
é real e será breve
e a humanidade deixará
de existir por obliteração!
Em nome do dinheiro,
da fronteira, do governo;
da estratégia maniqueísta,
da mídia sensacionalista,
da ode ao egoísmo vão;
da estupidez do militarismo,
da ignorância e alienação!
Sinal dos tempos: a Terra morrendo.
Fim do homem como ser patogênico.
ⒻⒻ
Ⓐ