#title Lugar de Classes #subtitle Poesias Libertárias #author F.F. #LISTtitle Lugar de Classes #date 03/10/2025 #lang pt #pubdate 2025-10-02T22:00:00 #authors F.F. - Fabiano França #topics Poesia revolucionária, Anarquia, Luta de Classes, anarco-individualismo, anti-guerra, amor livre #notes F.F. – é o monograma de Fabiano França e, ao mesmo tempo, a abreviatura insurrecional: Fuck the Factories. Atualmente com 46 anos, F.F. é Anarquista desde os 16, logo são 30 anos de vida libertária. Como Anarcoindividualista busca cooperar com coletivos à medida em que se enxerga como indivíduo necessário ao grupo, atuando com os conhecimentos que detém e considera úteis, cooperando quando possível nas atividades coletivas, participando de grupos de estudos, etc. Poeta, prefere escrever sobre Anarquismo usando poesia em vez de textos densos de análises filosóficas, pois já existem inúmeras publicações do tipo. Participou ativamente das passeatas de 2013, sempre de preto e sempre aguerrido. Arrefecido o movimento, voltou-se para o trabalho e logo em seguida para o autocuidado já que sua saúde mental fora deteriorada pelo trabalho e pelo capitalismo. Neurodivergente está lutando para conseguir aposentadoria por invalidez e se dedicar ao que de fato entende como trabalho: ler, estudar, escrever, atuar junto a companheiros de luta por causas que são caras ao anarquismo. Participa ativamente de grupos digitais que debatem sobre o Anarquismo e suas vertentes, além de se manter informado sobre as lutas em curso. No momento está tentando ajudar na viabilidade e manutenção de dois coletivos, os quais prefere não citar, pois não é membro e sim colaborador, além do fato de não gostar de holofotes sobre suas atividades. A favor da união de todas as manifestações do movimento Anarquista, sobretudo o anarcossindicalismo (sindicalismo revolucionário ou autônomo). Obviamente desconsidera excrescências tais como “anarco”capitalismo, “anarco”monarquismo, etc. O Anarquismo visa o fim do Capitalismo e do Estado, duas das maiores forças opressoras do povo trabalhador. Só a união fortalecerá o Anarquismo como movimento popular potente e capaz de destruir de vez esse sistema que nos joga nos abismos da miséria, fome, guerras, consumismo, poluição do ambiente, etc. Deseja a todxs: Saúde, Paz, Amor e Liberdade.

Lugr de Clsses! Poesias Libertárias


F.F. outubro de 2025

XXIIIFVFXXV-I Lugar de Classes
O Povo vive numa puta ilusão! O Rico? Mansão.
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XXIFVFXX-I Pátria amarga
Patriotas Tolos Idiotas Todos
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XXIIFXIIFXXXI-I Insânia
Ⓐ Utopia é a sabedoria dos loucos. E só os doidos podemos mudar este insano mundo.
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XXIIFVFX-I G.U.E.R.R.A.
contra as formas de poder? guerra guerra contra a opressão guerra contra todo o preconceito? guerra guerra contra a repressão guerra contra todas as mazelas? guerra guerra contra a discriminação guerra batalhar nossa própria guerra? guerra lutar contra toda guerra guerra combater os senhores da guerra? guerra derrubar todo autoritarismo guerra rebelião guerra salvação guerra libertação guerra redenção guerra
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XXIIFXIIFXXX-I Sextou
Esperar a sexta-feira é um sintoma mundial. Porque o mundo, imundo, - de segunda a quinta-feira – é uma miséria descomunal. Um mundo onde o labor só faz sentido para quem enriquece às custas da dor de servos modernos, cujas mentes ficaram estéreis e que não veem razão em suas vidas: miseráveis de vagas alegrias débeis.
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XXIVFIFV-II Batalha Mental
Embora nem sempre Eu seja consenso Nem sempre contenha Quase nunca bom senso Acendo um incenso Invento uma senda Ascendo ao intento Incerta a contenda Incendeio o momento Molotovs ao vento...
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XXIIFXIIFXXX-III Procuram-se Calopsitas
Liberdade não é algo que te dão. Liberdade é algo que se busca e se conquista. Senão não é liberdade não. Socialismo libertário, o socialismo anarquista, nunca será ilusão. Mesmo que lhe podem as asas, fuja e faça outros lugares de casa. Não te farão livre de graça. Evite a desgraça de ficar e ver sua vida perecer, esmaecer até se apagar. Não se apegue a um dono, a um poder, trono, autoridade. Entenda uma parada: Seja livre! Nem que seja na base da porrada!
Fujam calopsitas! Fujam dos parasitas!
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XXIIIFVIIFXXIII AI de nós
A precarização de toda forma de trabalho é sintoma estrutural do declínio do capitalismo ao longo dos tempos. E é cíclico. A nova onda é artificial e vai subjugar toda forma de Inteligência laboral. Quem se informa não se deforma. "AI" de quem não se adequar...
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XXVFVIFXXI-I Voar
Se peno não penso, Se peço não posso, Se pago não pego, Se passo não presto, Se pássaro: não pouso...
O quanto penso? peno; E quando posso? peço; O quanto pego? pago; E quando presto? passo; Enquanto pássaro: voo...
Não peno; penso! Não peço; posso! Não pago; pego! Não passo; presto! Pássaro: ouso...
ⒻⒻ XXIVFIXFXII-I A Luz Nossa de Cada Dia nos Dai Hoje
Acabou a luz: Escuridão! Há falta de Luz: Que solidão! E a Luz interior, Onde é que está?
Acabou a água: A torneira secou! Há falta d’água, A lágrima brotou! E a Alma Interior, Onde estará?
Acabou a energia: No fio condutor! Há falta de Energia: Em todas as Residências! Em todas as Existências... Como ter Energia Interior?
No calor a mata evaporou: Há florestas incendiadas! O céu todo acinzentou De fumaça em tantas queimadas! O Sol, mesmo rubro, queimou: E nosso Calor Interior?
Habitações estão caras, Há lixos nas calçadas! As cidades, imundas, As pastagens inabitadas! Há os sem-teto pelas ruas, Não há casas no Interior?
A luz enfim voltou: Mas veio outro apagão! A resistência queimou: Hoje é Banho-de-Água-Fria! Que bom que está quente! E a Resistência Interior?
A luz que faltou É aquela Luz Ao mesmo tempo Onipresente, branca e vazia, Para olhos sem lentes, Para Olhares sem Prisma!
A Lua veio, A Lua nunca falta: A Cheia de Luz ou a Nova obscura! Minguante, Crescente, tantas fases! A Lua sempre brilha inteira, Ainda que vejamos só metade!
Há zilhões de Estrelas no Céu: Mais que grãos de areia na Terra! Hodiernamente, sob véu não transparente De negrume, fuligem, poeira, poluição... Além deste, há Mundos perdidos no Cosmos, Mas onde haverá, de fato, Vida Inteligente?
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XXVFIXFXVII-III A obra: da criação ao caos
é na dor que surge a criatividade é na dor que padeço de ansiedade é na dor que aparento ter mais idade é na dor dessa solidão que me invade que crio idílicos versos com tolas verdades
não é na dor que quero criar não é na dor que quero ansiar não é na dor que quero avelhantar não é na dor que quero penetrar creio que, edilíco, não quero labutar
e a dor, não é na dor? e na dor, não é a dor? quem cria, que crio? que creio, quem cria?
fiscal de conformidades inspeção, função: vigiar uma vulgar inverdade um não-trabalhar
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XXIVFIIFXIII-I Virtualidade Real
Qual o limiar entre o real e o virtual? Qual a distância entre sentimento e contato? Será que o que sentimos é o que os sentidos contatam? Será que as perguntas são afirmativas? Inteligência generativa é a alternativa? Entre o tátil e o imagético existe a realidade. E entre o que se sente e o que se vê? Haverá alguma possibilidade?
Só vendo pra crer, Só sendo pra ser, Só tendo pra ter.
Sofrendo pra ver Alguma mudança acontecer Neste mundo ingrato, Onde o trato humano Só prescinde absorver O outro até a extinção: Daquilo que se entende Como a beleza da criação. O natural dá lugar Ao mar artificial Que afogará o humano Na aniquilação digital.
A "realidade" é um lapso sensorial. Até o tato é uma ilusão de contato. Ainda assim, o toque é uma sensação sensacional. Sentir é tornar o virtual algo concreto, mesmo o irreal. Mas só se sente o que se vê e o que se vive.
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XXIVFIIFXVII-XXIX Poema em Versos Libertários
Tem um rato no escritório E uma mosca incomodando Esse lugar é velho e sujo Mas nem tô me importando
Me importunando só os homens Com suas mesquinharias Me fortaleço estudando Todas as anarquias
A podridão do mundo Só existe pela eugenia Desse eurocentrismo branco Dessa maldita oligarquia

Quero mais é que se foda E que tudo vá pro inferno Dante que me perdoe Mas o mal será eterno
Maldita comédia humana Maldito capitalismo Que envia o ser humano Pra morrer no abismo
Mais um poema sem métrica Pra afrontar a academia Que cisma que é detentora Da inteligência por supremacia
Saúde, paz e Anarquia
ⒻⒻ XXIVFIIIFV-V Encanto Libertário
Espíritos livres Sofrem como exilados Em sua própria terra natal! Se tentam altear voos magistrais São puxados para terra firme Como marginais alados, Fixados seus pés ao chão. Além do mais, se tentarem Erigir um espírito combativo em si, São implodidos pelo mal da servidão. Ao buscarem se recompor, Um complô se arma em torno De sua imaginação... A Lucidez se esgota pela Inclemência da Mansidão forçada. O servo que pensa que é livre Está preso à ilusão das ideias capitais E condenado a esses torpes ideais. Insensatez dos sãos Que insanidade declaram Aos que almejam a Liberdade! O Anarquismo é Imortal por Desejar que todos sejam Não liberais, mas libertos.
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XXIVFVIIFI-IV Utopia Apátrida
Ácratas não atacam regras, Só ordens autoritárias Que jamais acatam. Autoridade somente inata! Sociedade deteriorada, O mundo em total desordem. Capitalistas exploradores, Marxistas enganadores, Falsos liberais, pseudo-comunistas, Opressores e algozes dos trabalhadores. Que os oprimidos um dia acordem!
Estados-nações seus poderes ampliam, Governos guerreiam ou se aliam, Azar dos povos à sua própria “sorte”, A Leste, ao Sul, a Oeste, ao Norte! São braços do sistema que trazem a morte: As mídias que às mentes trazem alienação, Religiões que deturpam a resignação, Exércitos que nos calam pela coerção, Políticos que ordenam retaliação Contra toda e qualquer rebelião. Aos tolos mentem e a todos matam!
Rebeldia nasce da indignação De servos que anseiam Libertação. A cada ação uma reação: Desproporcional, descomunal, Proposital e desigual Dos donos do mundo, Desumano e imundo. Oriental, Meridional, Ocidental, Setentrional. Falsos democratas, pseudo-igualitários, Novos déspotas, regimes totalitários: Intolerantes que não toleram Libertários!
ⒻⒻ XXIVFIVFXVII-I Quanta bagunça!
Quem dera fossem brinquedos Tornando reais fantasias infantis, Espalhados no chão do quarto E aguardando serem guardados, Sob algazarras de pequenos travessos Em traquinagens pueris...
Quanta bagunça!
As crianças já crescemos E nossas crianças já sabem Como e quando se fazem! E viverão suas vidas, Felizes ou infelizes. Um dia todos morreremos...
Quanta bagunça!
A Ordem do mundo nos retira Da racionalidade do devir. E nos joga no vazio do absurdo, Das irreais necessidades, das lógicas irracionais... Das tarefas repetidas, das metas inúteis, Das contas a pagar, das compras fúteis...
Quanta bagunça!
Essa sujeira acumulando em meu peito E eu desorganizando os pensamentos De tudo o que eu acho incerto. Pensando que pra tudo tem um jeito E a morte sempre por perto A servir de solução possível...
Quanta bagunça!
A mente às vezes para – e pira! De repente, acelera e nada... Nada é pensamento; é só um fluxo Incontável de ideias na mira De cada sonho impossível, De cada objetivo irrealizável!
Quanta bagunça!
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XXIVFIXFIV-I alegria pequeno-burguesa
a janela dormiu escancarada a luz de fora acordou acesa a porta amanheceu trancada a manhã está uma beleza a tarde segue ensolarada a noite chega de surpresa a alegria na face estampada a comida está sobre a mesa a mãe está toda enfeitada a saia rodada azul-turquesa a família foi convidada a tia, a avó, a prima Teresa a janta já está acabada a felicidade da sobremesa a bebida foi entornada a alegria pequeno-burguesa a despedida se faz na calçada a essa altura vem a moleza a cama já está arrumada a vida não é só tristeza a noite virou madrugada a vigília saiu à francesa a janela acordou escancarada a luz de fora dormiu acesa a porta felizmente trancada a casa ainda está ilesa
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XXIVFIIIFVI-IX Anarquista
Não sou beligerante, sou pacifista! Não sou pacífico, luto pelo que acredito... calado não fico! Não quero guerra, quero paz, amor e sexo. Não quero ideologias, sou Ⓐnarquista! Razão, Emoção e Nexo.
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XXIVFVIIIFVI-II Riquezas
Não quero ouro nem outros tesouros. Não quero lagosta, caviar, foie gras. Quero o básico: sou feijão com arroz e bife acebolado. Sou leite com café preto e coado. Que meus gritos ecoem e minhas lágrimas sem deleite escoem... e enfim sequem.
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XXIVFIIIFVI-III À Deriva
A imaginação é a maior invenção da humanidade. A cognição é o seu maior e mais intrincado produto. Fruto dos pensamentos e delírios da mentalidade. Constantemente há erros de interpretação. Cada cabeça se abre para uma só verdade. Cada verdade se amplia na imensidão do pensar. E o tempo serve de tempero desta sopa cognitiva. Entretanto, a intelectualidade é um mar de nada diante do destempero da comitiva de imbecilidade que da humanidade deriva...

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XXIIFIFX-I Oratio Athei
caríssimos deuses todos poderosos, criadores de tudo o que há, houve e haverá... não deixeis que eu escute a voz dos que não pecam, pois estes mentem para nós, para si e para vós...
defendam-me dos conservadores que perseguem pessoas livres, libertárias e “libertinas”, pois aqueles nos invejam... deem-me escudos para que eu não pereça diante da ira dos fanáticos fundamentalistas que vos servem...
afastem-me dos homens cuja soberba é maior que a própria existência, finita, medíocre e horrenda... não me ofereçam nem um pedaço do lugar ao sol que destes aos avarentos, cuja mesquinharia destes não comprará sequer um lugar no céu...
não me deem mais do que os pobres necessitam, nem menos do que preciso e que a indigestão seja o prêmio dos indiferentes e gulosos insatisfeitos... de capitais, desejo somente o pecado da luxúria, realizando fantasias, em vez de crer na irreal e fantasiosa crença dos crentes em vossas existências...
não deixeis, por fim, que eu seja devoto de mitos apócrifos tais como vós e tantos outros seres que reprimem e escravizam povos... prometo não seguir vossa cartilha, redigida em tempos imemoriais a partir da cabeça de homens com sete vezes setecentos pecados capitais...
rogo que todos gozem e...
AMEM!
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XXIVFIXFV-I Revolução?
45 anos revolucionando... Não quero mais revolucionar.
Revolução é dar a volta em círculos e parar no mesmo lugar.
Prefiro os altos e baixos das ondas pulsando em ciclos.
Elas viajam até o infinito... espaço-tempo longínquo!
Não quero mais roda-gigante, na montanha-russa é que vou andar.
Quero continuar rebelde, não quero que tu me aceites, quero sim eu mesmo me aceitar.
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XXVFXFII-I Cataclisma
O Apocalipse tá acontecendo. O Cataclisma do Antropoceno está em curso e em breve a humanidade entrará em colapso: autoextinção! Em nome do poder, do ódio, da ganância; do consumismo capitalista, do pseudocomunismo marxista, do totalitarismo e opressão; do cristianismo, judaísmo, do islamismo, da religião! O fim dos tempos tá ocorrendo. A catástrofe do homem ingênuo é real e será breve e a humanidade deixará de existir por obliteração! Em nome do dinheiro, da fronteira, do governo; da estratégia maniqueísta, da mídia sensacionalista, da ode ao egoísmo vão; da estupidez do militarismo, da ignorância e alienação! Sinal dos tempos: a Terra morrendo. Fim do homem como ser patogênico.
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