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A utopia do comunismo tem, nas palavras de Manuel González Prada, proferidas em 1º de maio de 1908, como o dia em que os “proletários, espalhados por todo mundo, não mais percebem a ironia de comemorar a festa do trabalho e vem no 1º de maio o dia simbólico em que os oprimidos e os explorados se juntam para solidarizar-se, unir suas aspirações e se preparar para a ação demolidora e definitiva” do Estado e do Capital, toda a vigência histórica por um mundo novo a construir.

O 1º de maio comemora o dia internacional do proletariado, dia que recorda o assassinato legal, efetuado pelo Estado ianque em 1887, de quatro militantes anarquistas em Chicago. Alguns, neste dia, procuram conciliar as contradições de classe, vociferando que o 1º de maio é a festa do trabalho ou o dia do trabalho, palavras tão patéticas não podem vir de nada mais nada menos que de todos os agentes contra-revolucionários (esquerdistas de todo tipo) que se misturam entre nós e se apropriam de nossas bandeiras para nos desviar para o caminho do pacifismo da democracia, ou seja, da ditadura legal do capital. Os anarquistas de Chicago não morreram por isso, morreram por um mundo novo a conquistar, sem Estado, nem democracia, nem capital.

Reforçando a linha histórica da Revolução, na qual se encontram Marx, Bakunin, Flores Magón, Gonzáles Prada e todos que souberam identificar o Estado, a democracia e o capital como os inimigos máximos que negam nossa humanidade, continuaremos gritando que o 1º de maio é o “dia internacional da luta proletária” e NÃO a festa do trabalho. Festejar o trabalho é festejar a exploração, é festejar a ação permanente de vender dia a dia nossa força de trabalho por dinheiro, enfim, é comemorar e dar vivas à “Comunidade do dinheiro” dos Estados burgueses. {...}

O 1º de maio, neste momento de reação generalizada do capital, deve ser o dia em que “a linha histórica da revolução” começa novamente a viver, demarcando posições e desmistificando a oportunismo burguês radical pintado de vermelho, representado pelas esquerdas (a fração intelectual da pequena burguesia radical), leninistas estalinistas, trotskistas, maoistas, guevaristas, castristas etc, que em todas as partes do mundo nos incutem a celebração do trabalho, continuando com o argumento reacionário da gestão do capital pelos operários e com a reciclagem da democracia popular e da libertação nacional, com o qual boicotam a constituição do proletariado em classe revolucionária e o enquadram continuamente na mentalidade capitalista.

Entre esquerda e direita não há oposição ideológica nem prática, ambas são linhas democráticas e, portanto, irmãs capitalistas, diferenciando-se só nos modelos econômicos de como gerir o capital nas mãos do Estado. Desta forma, dentro da democracia na qual se encontram esquerdistas e direitistas não há oposição, há uniformidade dentro do esgoto da gestão do capital e do trabalho, gerando todas as suas taras: mercadoria, acumulação e comércio; pátrias e guerras; fronteiras, exploração e miséria; democracia e escravos assalariados. Por isso e sempre recordando Gonzáles Prada, celebrar o 1º de maio como a festa do trabalho é fazer o papel de ingênuos, infelizes e inconscientes, defendendo a miséria e a condição de escravos assalariados, é fazer o papel de perus que se regozijam na mesa do festim de Páscoa. O proletariado consciente festeja no 1º de maio o dia da revolução.


PELA CONSTITUIÇÃO DO PROLETARIADO EM CLASSE REVOLUCIONÁRIA

VIVA O 1º DE MAIO!!!


Grupo Comunista internacionalista
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