#cover z-d-zo-d-axa-o-trabalhador-honesto-1.jpg #title O Trabalhador Honesto #author Zo d'Axa #LISTtitle Trabalhador Honesto #SORTauthors Zo d'Axa #SORTtopics Anti-Trabalho; Contra-Trabalho; Trabalho; La Feuille; França; Le Bandit du Nord #date 1898 #source Extraído de [[https://theanarchistlibrary.org/library/zo-d-axa-the-honest-worker][https://theanarchistlibrary.org/library/zo-d-axa-the-honest-worker]] em 23/01/2020. #lang pt #pubdate 2020-01-23T21:49:27 #notes Originalmente publicado em La Feuille, nº 24, 1898; Tradução para o português com base na versão anglófona de Mitch Abidor; CopyLeft: Creative Commons (Atributo e Compartilhamento pela mesma). Consta também em *Le Bandit du Nord* , *Roubaix* , 9 de Fevereiro de 1890; PDF da versão de Roubaix disponível em: [[https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/cb32709783g/date][https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/cb32709783g/date]] É a incrível engorda da massa dos explorados que cria a ambição crescente e lógica dos exploradores. Os reis das minas, dos campos de carvão e do ouro estariam errados em se preocupar. A resignação de seus servos consagra sua autoridade. Eles não precisam mais alegar que seu poder se baseia no direito divino, nessa piada decorativa: sua soberania é legitimada pelo consentimento popular. Um plebiscito operário, consistindo em adesão patriótica, banalidades declamatórias ou aquiescência silenciosa, assegura o domínio do chefe e o reinado da burguesia Neste trabalho, podemos reconhecer o artesão. Seja na mina ou na fábrica, o Trabalhador Honesto, aquela ovelha, deu ao rebanho a sarna. O ideal do supervisor perverteu os instintos das pessoas. Um casaco esportivo no domingo, conversando sobre política, votando ... essas são as esperanças que substituem tudo. O trabalho diário odioso não desperta ódio nem rancor. O grande partido dos trabalhadores odeia os preguiçosos que mal merecem o dinheiro que o patrão lhes concedeu. O coração deles pertence ao trabalho. Eles têm orgulho de suas mãos calejadas. Por mais que deformassem os dedos, o jugo foi pior para o cérebro: os calos de resignação, covardia e respeito cresceram sob o couro com o atrito do arreio. Velhos trabalhadores vaidosos acenam seus certificados: quarenta anos no mesmo lugar! Nós os ouvimos falando sobre isso enquanto imploram por pão nos pátios. “Tenham pena, senhoras e senhores, de um velho doente, um bravo trabalhador, um bom francês, um ex-oficial não comissionado que lutou na guerra ...Tenham pena, senhoras e senhores." Está frio: as janelas permanecem fechadas. O velho não entende. Ensine as pessoas! O que mais é necessário? Sua pobreza não lhe ensinou nada. Enquanto houver ricos e pobres, estes últimos se empenharão para suprir o serviço exigido. O pescoço do trabalhador está acostumado aos arreios. Quando ainda jovens e fortes, são os únicos animais domésticos a não correr soltos em seus territórios. A honra especial do proletário consiste em aceitar todas aquelas mentiras em cujo nome ele é condenado ao trabalho forçado: dever, pátria, etc. Ele aceita, esperando que, ao fazer isso, seja ascenso para a classe burguesa. A vítima se faz cúmplice. O infeliz conversa sobre a bandeira, bate no peito, tira seu chapéu e cospe no ar: "Eu sou um trabalhador honesto." E cai de volta no rosto dele.